Eles namoravam há já 2 anos. Ela via a relação como um compromisso para a vida, apesar das mágoas que se acumulavam em silêncio. Aquele prometia ser um dia bom, em convívio com colegas e amigos da universidade. Durante a tarde, o grupo cruzou-se com os pais dele. Ele cumprimentou os pais e apresentou-os a todos, exceto a ela, a sua namorada. Nem sequer a apresentou como amiga. Apresentou todos e parou quando chegou a vez dela. Os amigos ficaram espantados e atrapalhados. Ninguém conseguiu dizer nada. Ela também não disse nada. Sentiu-se invisível, e tudo o que desejava era que um buraco se abrisse e que ela desaparecesse.
“- Não me apresentaste,” disse-lhe mais tarde.
“- Não, sabes como é. É complicado,” disse ele, desviando o olhar como se a situação fosse trivial.
E sem mais nada, ambos se resignaram ao silêncio. Ela, com um nó na garganta e os olhos marejados de lágrimas que se esforçava por não verter. Tentou sorrir, como se isso pudesse apagar a humilhação. No entanto, por dentro, algo morria lentamente. Ele não mostrou empatia, não pediu desculpa, nem fez qualquer tentativa para minimizar a situação. O namoro continuou. Voltaram a cruzar-se com os pais, e ela era sempre invisível nesses momentos. Apesar do enorme vazio, da dor e da revolta que sentia, nada mudava.
Que razões a levaram a suportar tais comportamentos? O que justificava a sua falta de reação?
A resposta estava na sua baixa auto-estima e falta de amor-próprio. O medo de ser abandonada ou rejeitada, o medo de ficar sozinha, de mais ninguém voltar a amá-la (mesmo esse “amor”, discutível como era). O medo de conflito, de não saber marcar a sua posição, de sentir-se menos que os outros. A ideia de que tinha de agradar ao namorado acima de tudo. Desapontá-lo era uma ideia assustadora. Mais valia ser ela a desapontada, a magoada, a humilhada.
A culpa, se pudesse ser atribuída, não era unicamente dele, mas de ambos. Ao aceitar e permitir esses comportamentos, ao rebaixar-se, enviava um sinal de como poderia ser tratada. Então, porque haveria ele de agir de forma diferente? Um amor mais saudável seria, naquele momento, inconcebível para ela. Este era o máximo que ela conseguia aceitar por enquanto.
Quando permitimos que o medo fale mais alto do que o amor-próprio, aceitamos migalhas e chamamos-lhes de amor. E, ao fazer isso, deixamos de viver o amor que realmente merecemos.
Se vives assim, ou conheces alguém que o faz, sabe que isto não é amor, nem um relacionamento saudável. Ela merece muito mais do que isto. Ela é importante e tem imenso valor. Quando ela finalmente perceber isso, esta relação deixará de ter futuro. Não haverá justificativas que cheguem. Quando ela reconhecer o seu valor, apenas alguém com verdadeiro amor e responsabilidade será suficiente para ela. Somente alguém que a trate como uma rainha, que a ame sem reservas, será merecedor de seu coração.
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